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domingo, 9 de novembro de 2008

COLUNA RICARDO LEITE COMUNICAÇÃO CATÓLICA Nichos crescem em participação

Olá!!!

A vitória de Barack Obama nos Estados Unidos não é algo que deva passar despercebido pelos olhos de nossa coluna. Nós, cristãos, temos nessa vitória uma grande lição de vida. Acho que o mundo está caminhando para um comportamento muito curioso e isso está passando “em branco” aos olhos da grande maioria. É preciso rever esse pensamento.

A vitória de Obama escancara minha tese: quem está dando as cartas são as minorias. Os nichos são os grandes responsáveis pelo pensamento humano e pelas grandes mudanças no comportamento da sociedade mundial.

Eu sei que isso pode chocar e ir contra tudo aquilo que pensam as pessoas sentadas em seus confortáveis sofás assistindo ao Jornal Nacional ou em seus escritórios acarpetados refrigerados pelo ar condicionado. Mas, se você tiver um pouco de paciência, eu vou explicar e com argumentos.

O mais comum seria pensar como alguns artistas que se preocupam em divulgar de forma cansativa e enjoativa seus CD's e DVD's. Querem números gigantes. Querem se perpetuar no hall daqueles que estão semanas seguidas entre os mais vendidos. Mas, de repente alguém que vendeu dez ou vinte vezes menos pode ser mais respeitado ou mais significativo do que aquele orgulhoso por estar no topo há semanas.

Vou citar um exemplo claro a respeito disso: você pega uma banda que tenha estourado na época da música “boquinha da garrafa”. Vendeu um milhão de CDs. Enquanto que Andrea Boccelli, cantor italiano, vendeu 100 mil CDs, no Brasil. Passados dez anos, qual música você colocaria hoje no aparelho para tocar? Qual destes seria convidado hoje para dar uma entrevista, por exemplo, ao Jô Soares?

Vamos partir para o lado religioso. Nós temos religiosos que lançaram CDs dez ou quinze anos atrás. Independente da religião, seja pastor ou padre, eu faço a pergunta: você sabia que tem gente que se recusa a cantar músicas que arrebentaram em seus CDs dez ou quinze anos atrás? Até quem lançou o CD reconhece que sua música ou versão era carente de conteúdo. Pode reparar que alguns ficam arrepiados quando você pede para ele tocar ou cantar determinadas músicas. Alguns dizem que sua época infantil já passou. E como ficam as milhões de pessoas que, naquela época, pulavam ou corriam atrás dessa turma? Compram uma roupa do Bozo?

Há figuras religiosas de todas denominações que não enxergam isso e ficam disputando números numa neurose frenética e patética, não percebendo que correm o risco de serem tão representativas quanto o arrasa-quarteirão “boquinha na garrafa”.

Cito isso porque após a visita do nosso abençoado Papa Bento XVI, em 2007, algumas figuras ficaram possessas ao ponto de não sossegarem enquanto não realizassem eventos que levassem mais público do que o Papa. Só pra comentar no almoço de família ou entre seus asseclas. Talvez fosse covardia perguntar de quem nós nos lembraremos daqui 10 ou 15 anos. Mas, eu deixo outra pergunta então: qual evento evangelizou mais? O Papa em Aparecida e no Campo de Marte ou esses eventos carregados de pompa, com artistas de caráter duvidoso a serviço dos interesses financeiros de gravadoras? Reflita com sinceridade. A resposta fica no seu coração.

A vitória de Barack Obama tem tudo a ver com isso. É o primeiro presidente de cor negra que assume a maior potência mundial. Num país em que há quarenta anos atrás os negros não tinham direito a voto. Não foram os negros que elegeram Obama. Mas, os americanos enxergaram um cidadão proveniente de um nicho da sociedade, como sendo o mais capaz para dirigir a nação e dar um norte para o mundo em crise.

Talvez, aqueles mais famosos e estrelas, acostumados com números estratosféricos, templos faraônicos ou eventos megalomaníacos, não consigam passar 10% da credibilidade de um simples advogado como Obama. Na hora H, esses números serviriam apenas como registro num canto da página da história mundial. O que importaria seria o caráter e o conteúdo de Obama.

Pra você ter uma idéia da minha teoria sobre os nichos estarem definindo os hábitos das pessoas em detrimento aos que se preocupam com multidões, eu tenho alguns dados. E olha que sou péssimo em matemática. Mas siga o meu raciocínio. O carro do ano nos EUA vendeu cerca de 400 mil unidades. Isso representa 0,1% da população norte-americana. Nos Estados Unidos, segundo pesquisas, apenas 0,2% da população pratica um esporte como arco e flecha. Ou seja, bastaria uma montadora de automóveis encontrar no país, metade daqueles que praticam arco e flecha e fazer um marketing específico para tornar o seu carro o mais vendido do ano.

A Ford fez uma pesquisa em 2002, no Brasil, e percebeu que 0,5% da população brasileira tinha o desejo de ter um jipe moderno com jeitão de Off Road mas sem necessariamente enfiar o carro na lama ou sequer sujá-lo. Foi então que lançaram o tal Ecosport. Se conseguissem atingir esse público, venderiam 800 mil veículos desse tipo. No entanto, sabemos que se venderem, desse modelo, 10 mil unidades por ano, eles já saem soltando rojões.

Por isso que as grandes multinacionais estão cada vez mais fazendo pesquisas e tentando atingir os nichos de público. Se você conseguir convencer os adeptos do basquete a usar a sua marca de tênis, você entrou definitivamente no mercado. Se você convencer os portadores de necessidades especiais a comprar o seu computador, você entrou definitivamente no mercado. Se você conseguir que as pessoas que têm pés chatos (como eu) usem um creme massageador você estará milionário.

A situação está caminhando de tal maneira que os pais não ficam mais escandalizados quando descobrem que seus filhos não são destros e que escrevem com a mão esquerda. Sabem que farão parte de um nicho de público e que alguém, algum visionário, vai bolar coisas para cativar esse público canhoto.

Não vai longe. Um pastor evangélico enxergou longe ao colocar, durante seus cultos pela tevê, uma mocinha fazendo gestos para os surdos. Ele percebeu seu público aumentar. Outros estão correndo atrás.

Os nichos estão determinando o comportamento da sociedade. E bobo daquele que não percebe isso. Quando descobrimos que minha filha, com poucos meses de vida, tinha refluxo, detectamos um leite de soja específico. E que não é encontrado em lugar nenhum. Os hipermercados vendem sempre as marcas que a maioria utiliza. E no balcão, ao serem questionadas, as atendentes riam e diziam não conhecer o tal leite Aptamil Soja 2. Eu também não conhecia. O que eu percebi é que descobrimos um lugar que tem. E nossas compras passaram a ser feitas lá. Assim como eu, outros pais podem ter tomado esse caminho. E os hipermercados não perceberam porque meu dinheiro não tem pingado mais por lá. Ao virarem as costas para um nicho de público eles não vão descobrir tão cedo porque essa parcela não faz compras com eles, mesmo fazendo promoções mirabolantes. Não era preciso fazer promoções arrasadoras: bastava ter um leite de soja específico para um nicho da sociedade. Mas isso tende a mudar. Você já reparou que alguns supermercados têm, por exemplo, setores específicos para diabéticos. Sem contar que há prateleiras também para produtos diet e light. Logo, teremos prateleiras para produtos exclusivamente orgânicos ou transgênicos.

Acorde, quem se preocupa apenas com os grandes números e acha que nunca vai cair por causa disso, precisa abrir o olho. Os nichos estão dando as cartas mais do que você possa imaginar. E que a nossa comunidade católica compreenda isso rapidamente. Cuidado ao vangloriar grandes números. De repente, aquele padre que ouve confissão e visita doente por doente no hospital, possa estar marcando mais o coração das pessoas.

Hoje, o mundo se rende a um homem que começou sua carreira defendendo um nicho da sociedade: Barack Obama. Pense nisso.

Abração.

RICARDO LEITE.


Fonte: http://www.comunicacaocatolica.com.br/

Um comentário:

Nadia Cassiana disse...

Maravilhoso seu texto Ricardo. Entendi sua tese e concordo totalmente.

Sou fã das coisas que vc escreve.

Beijos.