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quinta-feira, 5 de março de 2009

Comentário do Dia - Calor


Olá!!!

Estamos vivendo dias muito quentes.

A curiosidade é que no interior de São Paulo, onde o clima é mais definido, eu preferia o frio. Agora, mesmo ainda muito peludo, prefiro o calor.

Quando digo que no interior o clima é mais definido, não me refiro nem à qualidade do ar, etc.

No interior, quando é frio, é muito frio. E quando é calor, é muito calor.

Aqui em São Paulo, é calor de madrugada, mais ou menos durante o dia, chove, esfria, depois esquenta muito de novo. Você tem as 4 estações do ano em apenas um dia.

Eu, que não acordava de madrugada, adorava os dias frios. Achava que as pessoas se vestiam melhor. Tudo era mais perto. E terminado o trabalho, em 5 minutos estava em casa e, caso o frio fosse muito forte, bastava um cobertor logo às 7 da noite sobre os pés.

Quando vim pra São Paulo, passei a morar no porão de uma casa na rua Vergueiro, bem próxima a Rádio AMérica. O chuveiro esquentava muito pouco. Sem contar que, a casa por ser muito velha, o chuveiro e até a luz do quarto ficava funcionando uma semana e pifava, ficando em greve mais uma semana até que a dona da casa resolvesse chamar alguém que "morava logo ali".

Então, muitas vezes eu saia congelado para ir trabalhar na kombi do padre Marcelo, pelos bairros da cidade. Talvez, contando isso pela primeira vez, as pessoas entendam um sobretudo preto que às vezes eu aparecia nas praças.

Na verdade, eu estava tentando descongelar.

Pra concluir, ainda passei a fazer programa de madrugada. O que eu achava que era duro fazer às 6 horas da manhã, ficou pior às 2:30 horas. O frio era literalmente de "matar". Não sem antes ranger e bater os dentes.

Não era raro sair de casa e chegar pra falar na rádio com os lábios quase azuis. E arrepiado até os grugumilos.

Tanto é que quando chegava nas praças, eu e o Luis motorista ficávamos procurando alguma padaria por perto. Putz, tudo fechado. O povo parecia não querer trabalhar no frio.

Aí eu voltava para a praça e ficava procurando "pontinhas" de sol. As pessoas ficavam amontoadas em volta da kombi achando que o padre poderia estar lá dentro escondido. Isso eu juro, é verdade. Tinha gente que ia na kombi e ficava olhando lá dentro suspeitando do "esconderijo" do padre.

Algumas senhorinhas com ar mais carregado ainda iam embora xingando se sentindo "enganadas".

A coisa ficou muito engraçada quando um camelô começou a montar sua "barraca" nos locais em que íamos. O mais engraçado é que a barraca cabia na mochila dele. Acredite. O sujeito chegava e ia desdobrando madeira, panos e ele era o "cabide". Ficava perambulando entre as pessoas com medalhinhas, camisetas com o rosto do padre, cds, terços, correntes e tudo que era badulaque. Tudo pendurado ou de alguma maneira enroscado em seu corpo.

Ali eu conheci o maior outdoor ambulante da minha vida. O cara era bom. Nunca soube seu nome. Sempre se mantinha uns 30 metros respeitosos. Isso depois que um membro da família do padre foi conversar com ele em tom indignado considerando que "estava sugando a imagem do padre".

Mas, o camelô era muito engraçado. Magro e narigudo. Parecia piloto de corrida de caminhão. Seu "uniforme" era bem aproveitado em cada espaço. Não era patrocinador. Mas, carregado de badulaques.

Bastava o padre tocar num assunto e o camelô astuto já tinha pra fornecer. O padre falava do nada no meio da oração sobre São Bento e segundos depois era só olhar e o camelô já estava tirando de sua mochila dezenas de medalhas de São Bento.

O padre falava sobre Nossa Senhora e lá vinha o camelô lotear seu corpo com terços de várias cores, materiais e tamanhos.

Naquela época, comecei a ter contato com as "bispas". São mulheres que se infiltram nas paróquias e se tornam donas dos padres. Elas determinam quem fala e quem não tem acesso aos párocos.

Quando elas viam o camelô vinham falar comigo, indignadas e com as bochechas vermelhas de raiva. Eu explicava que não tinha nada a ver com o sujeito. Elas (todas da mesma forma) iam falar com ele. Bastava ganharem um terço de pérolas azuis ou madeira ou até um cd que abriam um sorriso. E ainda abençoavam o camelô como se realmente fossem as "bispas".

Teve umas três ou quatro que ainda convidaram o camelô para tomar um gostoso café em suas casas. A gente ia embora assim que terminava o programa. E só via o camelô entrando ou perguntando onde era a casa de dona "bispa" fulana.

Sempre que terminava o programa tinha alguém que convidava pra tomar café em suas casas também. Eu só aceitava se fosse toda equipe. Sempre tinha uma ou outra que não queria o restante da equipe. Então eu não ia.

Da mesma maneira, sempre tinha aquelas senhoras que iam embora bravas e fazendo gestos indecorosos, como se fossem "sub bispas". Consideravam que era uma afronta eu não tê-las colocado para falar com o padre. Tinham acordado "muito cedo" para aquilo. E de repente, um caipira como eu não tinha "permitido". Ficavam bravas e diziam que iam falar com o bispo da região para falar com o bispo de Santo Amaro para tomarem providências contra mim pois com certeza o bispo e o padre "não sabiam" o que eu estava fazendo em nome deles.

O que elas não sabiam é que nunca fui funcionário do padre. Eu sempre fui funcionário das rádios. Cumpria horas e assinava folha de ponto. Em todas.

E além disso tudo, o bendito frio que era de fazer estralar o dedão dos pés.

Por isso tudo, passei a adorar o calor. Mesmo sendo peludo e quente. Adquiri hábitos que facilitam o convívio com os dias quentes.

Sei que está acabando e logo tudo vai gelar de novo. Mas, que o calor dure mais um pouco. Afinal, moro num país tropical. Abençoado por Deus.

Abração.

RICARDO LEITE.

Fonte:
http://www.ricardoleitecomvoce.com.br/

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