Olá!!!Ontem, no começo da noite, recebi um telefonema da diretora da escola em que a Laura está frequentando.
Informou estar espantada com a esperteza e lucidez dela, para uma criança de 2 anos e 4 meses. Ficou espantada porque a Laura já demonstra saber o funcionamento de tudo e o ritmo das coisas. Inclusive que, se ela vê alguém fazer algo uma vez, já passa a entender rapidinho.
E sempre quando entra num ambiente novo ou pessoas novas, sempre fica observando primeiro, se situando nos cantos, na parede, para depois se aproximar, quando percebe que não há perigo. Não sabe a diretora que isso é um comportamento típico do pai da Laura. E não foi ensinado. Isso é genético. Grande senso de auto-defesa (ou autodefesa).
A diretora ligou pra elogiar a Laura. Na disputa por um brinquedo, uma menina que sempre foi calma, deu uma dentada no braço da Laura. E ela não chorou e nem chamou a professora, como faz 11 em cada 10 crianças nessa idade. Ao contrário, partiu pra cima da outra menina e bateu nela.
Entenda. Não estou orgulhoso ou feliz pela Laura ter batido. Tanto é que foi repreendida assim que desliguei o telefone. Nunca bateu e nem deve bater em ninguém. Tudo bem que ela dá um pau no primo que é maior e mais velho que ela. Mas, não deve fazer isso.
As professoras e a diretora ficaram espantadas com a força da Laura e a maneira como ela reagiu. Parecia adulta. Não demonstrou em nenhum momento ser uma criança mimada.
O que estou tentando lhe passar é que pedagogicamente, Laura surpreendeu e demonstrou grande senso de defesa e reação. O natural seria abrir o bocão e ficar chamando pai, mãe, tio, tia, vô e vó para apontar o dedo em quem lhe fez mal.
Estive pensando a respeito. E percebi que todos nós temos esse senso de abrir o bocão. Minha mãe me falou que eu também sabia me defender. Talvez não no braço. Mas, sabia me articular para dar a volta por cima e isso chamava a atenção no jardim de infância que frequentei lá no interior.
Não estou orgulhoso pela briga. Nada disso. No entanto, a diretora disse que é normal no período de adaptação, afinal, era apenas o terceiro dia de Laura na escola.
O que chamou a atenção da diretora, com anos de experiência pedagógica, foi a maneira como Laura absorveu o golpe e reagiu imediatamente sem demonstrar fraqueza. Ao contrário, rendeu a "oponente". Tanto é que a professora teve de agir rápido para "salvar" a menina mordedora.
É um fato banal mas que nos faz refletir. Quantas vezes somos mordidos e caímos no choro? Chorar é bom. Mas, é preciso levantar a cabeça e reagir rápido.
Faz parte da vida tomar umas mordidas. Mesmo que a gente saiba que foram atitudes infantis. Mesmo sabendo que alguém pode alegar que não teve "maldade". Queira ou não, essas mordidas deixam marcas.
É preciso levantar a cabeça para mostrar ao oponente que a gente não tem medo de dente.
Abração.
RICARDO LEITE.
Fonte: http://www.ricardoleitecomvoce.com.br/
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