Olá!!!
Acho que na escola você já deve ter visto a cena de alguém que perde a borracha ou apontador e acaba acusando um coleguinha de ter “roubado”. Depois de muita discussão, percebe-se que não foi o coleguinha. Na verdade, o dono da borracha derrubou-a e não percebeu. Mas, a acusação foi feita. E isso não tem conserto.
Hoje eu quero falar sobre o sétimo mandamento da Lei de Deus: NÃO ROUBAR. Está em Êxodus, capítulo 20, versículo 15. O sétimo mandamento proíbe o roubo. O roubo é a usurpação de um contra a vontade razoável do proprietário. Toda a forma de apropriação e uso injusto dos bens de outros é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça em Cristo exige a restituição do bem roubado.
É em cima disso que eu gostaria de falar. Assim como a Bíblia marca a condenação de quem rouba, também é condenado quem acusa sem provas ou quem acusa com outros interesses.
No século 21, isso está muito atualizado. Hoje, muitas pessoas agem como se tudo fosse ficar por isso mesmo. Elas acusam alguém e não provam. Se aproveitam do dinamismo do cotidiano. Se aproveitam das pessoas não terem tempo para conferir se a informação procede ou não. E o que estamos vendo hoje é um festival banal de acusações ou dedos apontados.
Se você sabe que alguém está roubando, nada mais justo que o criminoso seja preso e devolva o que pegou. Caso contrário, você estará praticando a omissão, o que também é um gesto ruim.
Eu tive contato com uma história muito curiosa. As pessoas que ajudavam um padre perceberam que uma certa quantia em dinheiro estava sumindo. Resolveram filmar e flagraram um homem jovem praticando o ato. Foram então tentar descobrir como ele tinha a combinação do cofre da paróquia. E descobriram que o rapaz era muito amigo do padre e por isso, tinha o segredo do cofre. O caso foi levado até o bispo. Ao invés de investigar, mesmo com a fita de vídeo em mãos, o bispo agiu de tal maneira que as pessoas é que foram afastadas ou excluídas dos trabalhos. O bispo continuou bem com o padre. E o padre continuou bem com seu amigo. Que continuou visitando o cofre da paróquia. Isso aconteceu na grande São Paulo.
Neste caso citado, as pessoas levantaram primeiro as provas e foram pedir providências. E voltaram com a sensação de que, quem permite que algo errado persista também é conivente. Agora, ao invés de assumir a responsabilidade, preferiram chamar outras pessoas pra trabalhar na paróquia. Os primeiros foram substituídos como se fossem uma camisa. E foram taxados de problemáticos, mal caráter e outras coisas, pelos mais fanáticos. Foram colocados sob desconfiança como se tivessem feito algo. E aqueles que poderiam assumir a responsabilidade preferiram dar corda e a fofoca se instalou na comunidade.
Recentemente, o padre envolvido no caso veio a falecer. Está na misericórdia de Deus, com certeza. E sabe quem estava lá no dia do seu enterro? Os que foram excluídos. Estes eram seus amigos. Já os amigos de ocasião não compareceram porque no dia do velório estava “chovendo”.
Todos os mandamentos criados na época de Moisés são importantes. Mas, esse sétimo mandamento é o mais sério na minha opinião. Entenda, os três primeiros mandamentos referem-se a relação entre o homem e Deus. Os outros sete mandamentos estão mais ligados na conduta da pessoa junto a comunidade e a convivência com outros seres humanos. Desses 7sete mandamentos (todos são importantes), o sétimo é de fazer refletir bastante.
Agora, na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, no capítulo 6, está escrito que “nem os ladrões, nem os avarentos... nem os injuriosos herdarão o Reino de Deus”. Ou seja, tanto os ladrões quanto aqueles que acusam sem provas, estão perdidos perante a Lei de Deus.
Portanto, não roube. Mas, tome muito cuidado também ao sair falando que fulano ou beltrano roubou-lhe algo. Só fale isso se tiver plena certeza. Se tiver meia certeza, prefira não falar. Porque se tiver apenas meia verdade, seu acerto com Deus será muito difícil.
Você pode até caluniar, difamar e acusar da boca pra fora fulano ou beltrano. Mas Deus está vendo seu coração e toda a história. Pode até ser que você engane essa ou aquela pessoa, porque elas acreditam em você. Mas, duvido que você consiga enganar Deus. Acho até que se você não engana a si mesmo, como é que vai enganar a Deus?
Reflita bastante sobre suas palavras. Em Coríntios está claro que os injuriosos também são tão culpados quanto os ladrões. Tem gente que acha estar com a consciência tranquila porque contou o pecado mas não contou o pecador. Mas, então você se omitiu. E isso também é algo grave. No fundo, você mesmo não tem certeza. Se não tem certeza, é melhor ficar quieto. Mesmo que esteja falando na chamada “boca pequena”. Seu pecado já foi cometido. Ainda dá tempo de prestar atenção nisso. E até consertar, caso você tenha hombridade suficiente, é claro.
Caso contrário, é melhor você não piorar sua conta com Deus. Se alguém roubou, tome providências. Se você não tem certeza, cuidado com as pessoas próximas. Elas são testemunhas da injúria que você anda cometendo. Seja no ambiente familiar, religioso e profissional. Para fazer valer o sétimo mandamento, lembre-se do oitavo mandamento...
Abração.
RICARDO LEITE.
Entre em contato com o Ricardo Leite: ricardoleite@comunicacaocatolica.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário